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Um porto seguro em meio a turbulência tributária brasileira



O mercado de investimentos brasileiro, aparentemente, parece ser amplo, extremante atrativo, com uma diversidade de alternativas ao investidor. Porém quando comparado ao mercado global com uma infinidade de opções, percebe-se quão pequeno é o cenário nacional. Para exemplificar, em 2022 a Apple alcançou em valor de mercado, valor superior ao somatório de todas as empresas listadas na bolsa brasileira (B3). Em linha com essa informação, estima-se que a capitalização da B3 represente menos de 1% do mercado de ações global.


Por outro lado, em 2023 o Brasil retomou a posição de 9ª economia mundial, impulsionado, especialmente, pelo setor agrícola, que

consiste em quase um terço do PIB brasileiro. Esse contexto não implica escassez de oportunidades aos investidores no cenário nacional, pelo contrário, há opções para todos os perfis, desde o mais conservador, com a renda fixa remunerando em patamares muito superiores se comparado a maioria dos mercados internacionais, até os perfis mais agressivos com uma infinidade de fundos, derivativos, ações, commodities, entre outros.


Isso significa que as alternativas de investimentos nacionais são suficientes para diversificar minha carteira? Não. A despeito do panorama relatado, não podemos ignorar que a instabilidade política e econômica têm sido marcas registradas dos últimos governos, seja por escândalos de corrupção, seja pela adoção de medidas sem o respaldo econômico necessário, seja pela alta carga tributária enfim, uma série de eventos que passam insegurança ao investidor.


Atualmente está em pauta, o chamado “novo arcabouço fiscal”. Em teoria, a proposta traria equilíbrio entre a arrecadação e os gastos do governo federal ao longo dos próximos anos. Contudo, o texto enviado ao congresso nacional apresenta uma série de incongruências e transmite uma mensagem que poucos gostariam de receber “o governo precisa aumentar a arrecadação”, o que automaticamente nos faz pensar em aumento de impostos.


Em tempo, não podemos ignorar a recente Medida Provisória 171 editada pelo Presidente da República em maio de 2023. Ainda que o texto proposto estabeleça um novo formato de tributação dos investimentos no exterior, aparentemente pior do que o atual, ainda que a conversão da MP em Lei Ordinária, necessária para efetivação dos seus efeitos, ainda é uma incerteza diante das discussões acerca do polêmico conteúdo da medida.


Tudo isso nos remete a pensar na segurança do patrimônio e ressalta uma regra básica do planejamento financeiro, a diversificação além do País em que a riqueza é criada. Internacionalizar parte da carteira de investimentos tem sido uma das melhores formas de driblar a insegurança nacional e agregar um pouco mais de proteção ao patrimônio. Investir em mercados mais maduros proporciona acesso a uma ampla gama de papéis, moedas e gestores, o que pode ajudar a mitigar o impacto de eventos negativos em um único mercado.


Em certos momentos o tema está mais em alta por eventos políticos, econômicos ou fiscais. Porém, não se pode diminuir a importância da internacionalização que sempre foi e continuará sendo parte de uma carteira bem diversificada. Se o Brasil está bem, estaremos bem e queremos que isso aconteça, afinal aqui é nosso País. Mas se o Brasil estiver passando por problemas, quem estiver diversificado além das nossas fronteiras é que terá a segurança necessária para continuar.

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